domingo, 12 de setembro de 2010

OBESIDADE INFANTIL


O bebê gordinho e fofinho é bonito. Mas a criança obesa é um problema que não deve ser descuidado pelos pais e educadores, sendo a obesidade uma doença grave a preocupação com o peso saudável e adequado para a idade deve ser considerado.
A obesidade infantil aumentou cinco vezes nos últimos 20 anos no Brasil; já atinge 10% das crianças brasileiras.
A obesidade é o resultado de um desequilíbrio: muita energia é consumida (em forma de alimento) sem um gasto equivalente. Ou seja, a pessoa não consegue queimar as calorias obtidas através da comida. O organismo, então, transforma o excesso de calorias em gordura.
As conseqüências da obesidade são associados a diabetes,LDL colesterol,triglicerídeos, hipertensão arterial além de problemas psicológicos devido ao preconceito sofrido na escola na forma de apelidos pejorativos que influenciam na auto imagem e auto confiança da criança.
Para emagrecer a criança precisa estar motivada. Vítimas do fast-food, ela precisa estar bem informada para aceitar um programa (e não uma simples dieta obrigatória) baseado no tripé nutrição, atividade física, acompanhamento psicológico.
Em crianças que já sofrem com a obesidade, sugere-se uma educação nutricional, e não uma dieta, para que os resultados sejam de longo prazo. Do mesmo modo, é importante que a família também siga as mesmas normas alimentares, e que não se utilize o alimento como prêmio ou punição na educação da criança


Para que a criança tenha uma alimentação equilibrada, é recomendável que consuma, pelo menos, um alimento de cada um dos três grupos abaixo, em cada refeição.

- Reguladores: frutas, verduras e legumes. São as fontes de vitaminas, minerais e fibras;

- Energéticos: cereais, pães, macarrão, batata, mandioca, farinhas, etc. Estes são as fontes de carboidrato, que fornecem energia ao organismo.

- Construtores: são ricos em proteínas, cálcio e ferro e compreendem as carnes de vaca e frango, peixes, ovos, leite e derivados e as leguminosas como os feijões, ervilha, lentilha, grão-de-bico, soja, etc.

É importante que as crianças, já a partir dos 4 ou 6 meses de vida, tenha uma dieta variada, colorida, que possua sabores e texturas diferentes, uma vez que os seus hábitos alimentares serão formados ainda nos seus primeiros anos;os horários das refeições devem ser bem estabelecidos evitando longos períodos sem alimentação,nos intervalos das refeições principais devem ser incluídos lanches que podem conter, por exemplo, leite, frutas e pão, ou cereais.
Além disso,é necessário um nível de atividade física para a criança orientado por um profissional da área, que se diminua os alimentos gordurosos, excluindo as frituras do seu cardápio e utilizando pouco óleo na preparação dos alimentos, ainda que se substitua os refrescos artificiais e os refrigerantes por sucos naturais de frutas, além de diminuir o consumo de doces e açúcar e dos alimentos de "fast food" e "junck food", dando sempre preferência aos alimentos frescos e naturais.


Veja através da PIRÂMIDE NUTRICIONAL INFANTIL as porções de alimentos ideais:
Os dados foram adaptados de Philippi S T et al. Rev Nutr 12:65-80,1999, Guia alimentar para crianças menores de 2 anos, Ministério da Saúde, 2005, e do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria




Quantidade de alimentos que representa uma porção:

Pães, cereais, tubérculos e raízes
• 1 e ½ colher de sopa de aipim cozido ou macaxeira ou mandioca ou 2 colheres de arroz branco cozido ou aveia
• 1 unidade média de batata cozida
• ½ unidade de pão francês
• 3 unidades de biscoito de leite ou biscoito tipo “cream-cracker”
• 4 unidades de biscoito tipo “maria “ ou “maisena”

Frutas
• ½ unidade de banana nanica ou caqui ou fruta do conde
• 1 unidade de caju ou carambola ou kiwi ou laranja ou pêra ou laranja lima ou nectarina ou pêssego
• 2 unidades de ameixa preta, ou vermelha
• 4 gomos de laranja bahia ou seleta
• 9 unidades de morango

Verduras, legumes e hortaliças
• 1 colher de sopa de beterraba crua ralada ou cenoura crua ou chuchu cozido ou ervilha fresca ou couve manteiga cozida
• 2 colheres de sopa de abobrinha ou brócolis cozido
• 2 fatias de beterraba cozida
• 4 fatias de cenoura cozida
• 1 unidade de ervilha torta ou vagem
• 8 folhas de alface

Leguminosas
• 1 colher de sopa de feijão cozido ou ervilha seca cozida ou grão de bico cozido
• ½ colher de sopa de feijão branco cozido ou lentilha cozida ou soja cozida
Carne bovina, frango, peixe e ovos
• ½ unidade de bife bovino grelhado ou filé de frango grelhado ou omelete simples ou ovo frito ou sobrecoxa de frango cozida ou hambúrguer (caseiro)
• 1 unidade de espetinho de frango ou ovo cozido ou moela
• 2 unidades de coração de frango
• 1 filé de merluza ou pescada cozido
• ½ unidade de peito de frango assado ou sobrecoxa ou coxa
• ½ fatia de carne bovina cozida ou assada
• 2 colheres de sopa de carne bovina moída refogada


Leites, queijos e iogurtes
• 1 xícara de chá de leite fluido
• 1 pote de bebida láctea ou iogurte de frutas ou iogurte de polpa de frutas
• 2 potes de leite fermentado ou queijo tipo “petit suisse”
• 2 colheres de sopa de leite em ó integral
• 3 fatias de mussarela
• 2 fatias de queijo minas ou pausterizado ou prato
• 3 colheres de sopa de queijo parmesão


Óleos e gorduras
• 1 colher de sobremesa de azeite de oliva ou óleo de soja ou milho ou girassol
• 1 colher de sobremesa de manteiga ou margarina


Açúcares
• ½ colher de sopa de açúcar refinado
• 1 colher de sopa de doce de leite cremoso ou açúcar mascavo grosso
• 2 colheres de sobremesa de geléia
• 3 colheres de chá de açúcar cristal

Qual a recomendação de fibra alimentar para crianças? E como prevenir os distúrbios pela falta e pelo excesso?

A ingestão adequada de fibras na dieta exerce efeitos benéficos sobre o aparelho digestório, entre eles a regularização do trânsito intestinal, melhora na fermentação do conteúdo intestinal e trofismo da mucosa do cólon.As diretrizes para a recomendação de fibras alimentares na infância são baseadas em dados extrapolados de estudos em adultos. A Fundação Americana de Saúde e a Academia Pediátrica Norte-Americana recomendam que crianças acima de 2 anos devem ter um consumo diário de fibras acrescentando-se de 5 g a 10 g à idade da criança. Por exemplo: a criança com 10 anos de idade deveria consumir diariamente de 15 a 20 g de fibra/dia. Para crianças menores de 2 anos não há recomendação; considera-se que o aleitamento materno esteja presente até os seis meses e, após essa idade, deve ser introduzida uma alimentação adequada, contendo frutas, verduras, legumes e outros alimentos que fornecem fibras.
Para prevenir os distúrbios pela falta de ingestão de fibras, alimentos ricos em fibras devem ser incluídos na dieta diariamente, como hortaliças, frutas, grãos e cereais. Para que isso ocorra, faz-se necessária a educação de pais e crianças sobre a importância das fibras. E os profissionais de saúde são responsáveis pela implementação de programas de educação nutricional e também inclusão desses alimentos na merenda escolar. Por isso, muitas vezes é necessária a adição de suplementos de fibras à dieta para atingir a ingestão recomendada. Há suplementos disponíveis no mercado que não alteram o sabor e textura dos alimentos e/ou preparação, bem aceitos principalmente entre a população infantil.

Por outro lado, e uma pequena proporção, o excesso de fibras nos dois primeiros anos de vida pode acarretar prejuízo na absorção intestinal de carboidratos, minerais e discreta diminuição do valor calórico da dieta.


Recomendações Nutricionais



Bibliografia (s)

Fernandez AS, Tannuri U, Domigues G, Uehara DY, Carrazza FR. Efeito de dietas ricas em fibras sobre ratos em crescimento: estudo experimental. Pediatria (São Paulo). 2002; 24(1/2):32-7.

Barbosa RMS, Soares EA, Lanzillotti HS. Assessment of nutrients intake of children in a charity daycare center: application of Dietary Reference Intake Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 2007;7 (2).

Kranz. Meeting the dietary reference intakes for fiber: sociodemographic characteristics of preschoolers with high fiber intakes. Am J Public Health. 2006;96(9):1538-41.

Williams CL, Bollella M, Wynder EL. A new recommendation for dietary fiber in childhood. Pediatrics. 1995; 11(5):985-8.

Araujo AMS, Constipation in school-aged children at public schools in Rio de Janeiro, Brazil. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 1999;29(2):190-3 .

Williams CL, Bollella M. Is a high-fiber diet safe for children? Pediatrics. 1995; 11(5):1014.

Edwards CA, Parrett AM. Dietary fibre in infancy and childhood. Proc Nutr Soc. 2003;62(1):17-23.
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